quarta-feira, 2 de março de 2011

MG: IMÓVEL EM BH FICA MENOR E MAIS CARO


O apartamento novo ou usado em Belo Horizonte está mais caro e mais apertado. O preço subiu, mas o tamanho diminuiu. Os valores das unidades residenciais novas e usadas na capital tiveram alta média de 48,2% em dois anos. O preço médio, de R$ 160,07 mil em 2008, saltou para R$ 237,26 mil no ano passado, segundo pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário, Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead/UFMG). Enquanto isso, o tamanho das unidades comercializadas teve queda média de 7%, passando de 125,8 metros quadrados para 117,7m² no período.

A escassez de mão de obra, a alta dos valores dos terrenos e do material de construção justificam a elevação dos preços de imóveis na capital, segundo especialistas. “Para compensar esse reajuste de preço e tornar as unidades mais acessíveis, alguns projetos de apartamentos podem estar com áreas menores”, afirma Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da CMI-MG. Ele explica ainda que houve aumento no volume de transações no segmento popular, o que ajuda a reduzir o tamanho médio das unidades comercializadas.

Se a comparação for feita em um período maior, é possível verificar valorização ainda mais intensa das unidades. De 2004 a 2010, os preços dos apartamentos tiveram alta de 150% na capital. O valor médio das unidades comercializadas passou de R$ 94,97 mil para R$ 237,26 mil. O levantamento da pesquisa foi feito com base nas emissões do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de 2010. “O acesso ao financiamento cresceu muito desde 2005”, observa Ariano de Paula.

IMPACTO De 2009 para 2010, o preço médio do metro quadrado dos imóveis vendidos em BH passou de R$ 1.636 para R$ 2.138. A alta foi de 30,7%. No entanto, a pesquisa apontou que o aumento desse valor chegou a 72,36% nos últimos dois anos. O preço médio saltou de R$ 1.240 em 2008 para R$ 2.138 no ano passado. Os maiores reajustes ocorreram nos bairros de padrão médio e luxo (veja quadro). “Nos bairros de luxo o preço do terreno subiu muito. Isso acabou impactando no valor das unidades”, ressalta Ariano de Paula.

O valor médio do metro quadrado do lote vago foi de R$ 372,42 em dezembro do ano passado na capital, alta de 19,2% em relação ao mesmo mês de 2008. “O preço do terreno subiu e o aproveitamento caiu”, ressalta Paulo Tavares, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-MG). “Com a nova lei de uso e ocupação do solo, o aproveitamento dos terrenos caiu 35% na Região Centro-sul da capital. Essa mudança na legislação foi feita para estimular a construção de unidades em outras regiões”, observa.

O mercado imobiliário movimentou cerca de R$ 7,07 bilhões de janeiro a dezembro de 2010, com 31.746 imóveis comercializados, revela a pesquisa. Apartamentos e casas geraram negócios da ordem de R$ 5,93 bilhões, somando 24.960 imóveis vendidos. A venda de apartamentos subiu de 18.463 unidades (em 2009) para 20.827 (2010), com negócios gerados de R$ 3,5 bilhões e R$ 4,9 bilhões, respectivamente. No segmento de casas, em 2009, foram negociadas 4.405 unidades e, no ano passado, esse número caiu para 4.133. Já o valor total dos negócios com casas subiu de R$ 813,5 milhões para R$ 998,3 milhões.

Fonte: Geórgea Choucair - Estado de Minas

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