segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CUBA: A REVOLUÇÃO IMOBILIÁRIA

Entre as novas medidas aprovadas pela Assembléia Nacional Cubana, de abertura econômica do regime castrista, vislumbra-se como real a possibilidade de se fazer transações imobiliárias na ilha. Uma medida que afetará milhões de pessoas, gerará a existência da propriedade privada em Cuba e deverá trazer bilhões de dólares de cubanos residentes no exterior. Atualmente os Corretores são tratados como traficantes de imóveis, uma atividade clandestina, ilegal e sujeita a cadeia.

O “The New York Times” tratou do assunto numa extenso texto, onde comenta sobre as mudanças que ocorreram devido a possibilidade de negócios imobiliários legais na ilha, que estão proibidos há muito tempo. "PROPRIEDADE PRIVADA É O NÚCLEO DO CAPITALISMO, É CLARO, DE MODO QUE O PLANO PARA LEGITIMÁ-LA AQUI, EM UM PAÍS DE SLOGANS COMO “SOCIALISMO OU MORTE”, É DE CAIR O QUEIXO PARA MUITOS CUBANOS. DE FATO, MUITAS PESSOAS ESPERAM REGULAMENTAÇÕES ONEROSAS E ATÉ JÁ EXISTE UM PLANO TRAÇADO PELA IMPRENSA ESTATAL, QUE REPRIMIRIA O MERCADO AO LIMITAR OS CUBANOS A UMA CASA OU APARTAMENTO, E EXIGINDO MORADIA EM TEMPO INTEGRAL". Mas mesmo com algum controle do Estado, dizem os especialistas, as vendas de imóveis poderiam transformar Cuba mais do que qualquer outra reforma econômica anunciada pelo governo do presidente Raúl Castro.

Marino Murillo, o ministro da Economia, disse que a venda não precisará de aprovação prévia do governo – os cubanos parecem desconfiados da promessa do governo. Alguns cubanos esperam regras forçando os compradores a manterem os imóveis por cinco ou 10 anos. Outros dizem que o governo dificultará para que os lucros não saiam da ilha, por meio de impostos exorbitantes ou limites cambiais. A outra questão é como serão avaliados os imóveis cubanos, já que o mercado não tem parâmetros anteriores. Haverá por certo um começo de comercialização repleto de pechinchas que descambará para uma explosão de valorização, principalmente, devido a utilização do dinheiro vindo do exterior. OS CORRETORES CLANDESTINOS DE HAVANA DISSERAM "QUE TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS NO MERCADO NEGRO ROTINEIRAMENTE ENVOLVEM DINHEIRO DOS CUBANOS NO EXTERIOR, ESPECIALMENTE DA FLÓRIDA”. “Há sempre dinheiro vindo de Miami”, disse Gerardo, um corretor que não quis ter seu nome completo citado. “O cubano em Miami compra uma casa para seu primo em Cuba, e quando ele vem passar o verão aqui por dois meses, ele fica hospedado naquela casa”.

Um recente estudo, de autoria de Sergio Diaz Briquets, um especialista em demografia de Washington, apontou que Cuba tem um déficit de 1,6 milhão de moradias. O governo diz que o número é mais próximo de 500 mil e mesmo que os números do governo sejam os verdadeiros, ainda assim é um problema sério. O dinheiro das vendas pode não ser suficiente para consertar a situação, já que praticamente não há um setor de construção, nem um movimento para emissão de licenças ou materiais de construção. Outros problemas também poderiam precisar ser revistos já que NÃO ACONTECEM DESPEJOS EM CUBA DESDE 1939. HÁ UMA LEI QUE OS PROÍBE. Há também a questão de como compradores e vendedores se encontrarão. Como anúncios classificados são ilegais em Cuba, os corretores, como traficando imóveis, circulam em feiras livres com cadernos, anotando as ofertas e as procuras das moradias em Havana. A NOVA REVOLUÇÃO CUBANA CERTAMENTE SERÁ UMA REVOLUÇÃO IMOBILIÁRIA

Fontes: The New York Times, Uol - Jornais Internacionais, Folha de São Paulo, Blog Chumbo Grosso/ com adaptações

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