sexta-feira, 16 de março de 2012

AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS: UMA CIÊNCIA DE OBSERVAÇÃO

A necessidade de avaliar é contemporânea da atividade de compra e venda, inicialmente, na base de troca de mercadorias, onde parafraseando o professor Engenheiro Gil Chede, através da aplicação de métodos e critérios, o estudo do valor de um bem é uma Ciência de Observação , e porque não dizer uma Arte , a qual antes de ser expressa por procedimentos matemáticos deve ser sentida. Avaliar, então, é uma atividade milenar.

Cronologia da Avaliação de Imóveis no Brasil:
A Engenharia de Avaliações, como especialidade, é relativamente nova. A pedra fundamental da nova ciência só foi lançada no Brasil em 1918, quando o Eng. Vitor da Silva Freire publicou um artigo sobre avaliação racional de terrenos, o que já se fazia em outros países desde meados do século anterior.

Durante as décadas de 20 e 30, diversos trabalhos procuraram difundir a nova técnica, sendo destaque aqueles assinados pelos engenheiros Anhaia Melo, Berini Lysandro Pereira e Ernani Nogueira.

Em 1941, Luis Carlos Berrini Lança seu primeiro livro, "Avaliação de Terrenos", a mais significativa obra do gênero em língua portuguesa.

Logo em seguida, Alberto de Zagottis escreve sobre a importância do método estatístico como instrumento de avaliação pelo método científico.

Em novembro de 1952, o Anteprojeto de Normas para Avaliação de Imóveis, escrito pelo Eng Augusto Luis Duprat, é examinado pela ABNT.

Em 1954, o Eng Hélio de Caires e sua equipe promovem em São Paulo a 3ª Convenção Panamericana de Avaliações.

À seguir são criados diversos institutos estaduais, sendo os mais antigos os do Rio de Janeiro (IEL), em São Paulo (IBAPE), Pernambuco (IPEAPE), Rio Grande do Sul (IPARS) e Paraná (INAPAR).

Ao longo dos anos 60, no rastro do novo perfil que delineava o país, a nova ciência ganhou impulso, capitaneada por profissionais como os Engenheiros Joaquim da Rocha Medeiros Jr., Ernesto Whitaker, Nelson Pereira Alonso, Eurico Ribeiro, Domingos de Saboya, Ênio Azabuja, Murílio Pessoa, Rubens Bezerra, Fernando , Guilherme Gonçalves, Francisco Alves Gomes Jr., entre outros.

Em 1974, a Editora Pini publica o livro "Engenharia de Avaliações", coordenado pelo Eng. José Carlos Pellegrino, um marco na moderna técnica científica de avaliações e precursor de inúmeras obras que vieram suprir a necessidade crescente de trabalhos sobre o assunto.

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, graças ao empenho do Eng. Ibá Ilha Moreira Filho, foi criada a primeira disciplina de Engenharia de Avaliações e Perícias no currículo de um curso de graduação em engenharia. Paralelamente, foi implementado o uso sistemático de computadores no processo avaliatório.

No Paraná o nome do Engenheiro Eurico Ribeiro é lembrado como exemplo de pioneirismo na matéria, assim como os Engenheiros Gil Chede, Pedro Kruk e Tânia Matsuno Ramos profissionais que presidiram o Instituto de Avaliações e Perícias do Paraná, alavancaram o conhecimento da matéria em todo estado.

No Brasil o fórum de discussões pertinentes à Perícias de Engenharia e Avaliações é realizado a cada 02 (dois) anos pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia - IBAPE-NACIONAL, denominado de COBREAP - Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e no evento, além de Menções Honrosas para trabalhos de Avaliação e Perícias, é concedida a Medalha Hélio de Caires para o melhor trabalho de Engenharia de Avaliação e a Medalha Eurico Ribeiro para o melhor trabalho de Perícia de Engenharia.

Normas Técnicas pertinentes:
ABNT NBR 12721:1999 Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de
construção para incorporação de edifícios em condomínio - Procedimento
ABNT NBR 14653-1: Avaliação de bens Parte 1: Procedimentos gerais
ABNT NBR 14653-2: Avaliação de bens Parte 2: Imóveis urbanos
ABNT NBR 14653-3: Avaliação de bens Parte 3: Imóveis rurais
ABNT NBR 14653-4: Avaliação de bens - Parte 4: Empreendimentos
Norma Básica de Perícias em Engenharia do IBAPE/SP
Glossário de Terminologia Aplicável à Engenharia de Avaliações e Perícias IBAPE/SP.

Fonte: Francisco Maia Neto - Engenheiro e Advogado

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