sábado, 28 de julho de 2012

BAHIA: MERCADO DÁ SINAIS POSITIVOS, MAS LOUOS ATRAPALHA

O mercado imobiliário baiano voltou a dar sinais positivos de vendas, agora na entrada do segundo semestre, período já consagrado como o melhor para o setor, embora uma ampla recuperação ainda esteja longe de ser confirmada.

Nessa retomada destacam-se os empreendimentos diferenciados, voltados para públicos específicos e aqueles que oferecem algumas condições para o consumidor.

Mantido o ritmo de comercialização, até o final do ano o estoque de imóveis prontos terá baixado e muito, uma vez que praticamente até agora não tivemos lançamentos e dificilmente o quadro deverá mudar. Juros baixos e em tendência de queda, pelo menos é o que sinaliza o Banco Central e também o comportamento dos bancos oficiais, Caixa e Banco do Brasil, no que diz respeito ao crédito imobiliário e nas demais carteiras de financiamento, torna a aquisição de imóveis vantajosa, não fosse o alto endividamento das classes médias, o que lhes tira o poder de compra, principalmente para contrair dívida de longo prazo, como é o caso do financiamento imobiliário, e a retomada das vendas estaria com, maior velocidade.

Por seu turno, os investidores começam a apostar em imóveis para se proteger das taxas negativas e de pouco rendimento que o mercado financeiro vem exibindo. Comportamento esse já esperado, face à conjuntura internacional tanto do lado dos americanos, como dos europeus, e que tem refletido negativamente aqui no Brasil.

O economista Nouriel Roubini, que se tornou conhecido como Dr Apocalipse, em seu recente artigo no jornal britânico The Guardian, disse que a economia americana ficará travada por um bom tempo, além de apontar a piora da crise na zona do euro, um pouso forçado da China e o risco de alta do preço do petróleo e desaceleração nos países emergentes.

Ao mesmo tempo em que as vendas do mercado imobiliário baiano dá sinas de recuperação, há uma preocupação de incorporadores e construtores com relação a obtenção de alvarás para construção, face ao imbróglio da LOUOS, até agora não resolvido e que pode se encaminhar para o longo prazo, sem que se chegue a um acordo sobre a questão. Não há como se projetar um empreendimento sem ter a garantia jurídica de que amanhã não será contestado.

O mercado imobiliário baiano passa por um momento inusitado. As vendas dão sinais de fôlego, o estoque começa a baixar, as condições de comercialização são boas, mas a reposição dos lançamentos está travada. Se os estoques baixarem demasiadamente e a escassez de lançamento continuar, por certo teremos uma elevação de preço e mão de obra flutuando.

Fonte: Luiz Augusto Amoedo / Tribuna da Bahia

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