sábado, 21 de setembro de 2013

ACABOU A EUFORIA DO MERCADO IMOBILIÁRIO


Todo mundo sabia que a euforia do mercado imobiliário teria de encontrar um limite, algum dia. E isso já está ocorrendo. Em julho, a venda de imóveis novos em São Paulo caiu 56% em relação ao mês anterior. No Rio, o índice Fipe-Zap, que há três anos mostrava altas consecutivas nos valores de aluguéis, teve queda pequena, de 0,07%, mas que é relevante por interromper o movimento ascendente. O fato ocorre em todo o país. Em Salvador (BA), houve 76 lançamentos imobiliários em 2010 e, no primeiro semestre de 2013, apenas dez empreendimentos. Embora isso tenha sido afetado por pendências relativas ao ambiente, denota a intensidade da crise. Este ano, foram cancelados o 8º Salão Imobiliário da Bahia e a 13ª Feira Construir-Bahia.

Alguns especialistas preferem não falar em crise e citam que, após anos de alta, a volta à normalidade é até positiva para o mercado, para evitar que se crie uma bolha, cuja artificialidade um dia viria à tona, de forma destruidora. Em alguns locais, como a Zona Sul carioca, a recente valorização foi tão intensa que praticamente afastou assalariados e gerou oportunidades apenas para pessoas de poder aquisitivo especialmente alto. Analistas dizem que, com os preços nas alturas, aumentaram as ofertas de locação, pois quem não pode comprar parte para o aluguel. Nos últimos 18 meses, a oferta para locação no Rio subiu 85%.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), sobre construção – não apenas civil, mas de todo tipo – mostram queda no entusiasmo. Todos os indicadores de otimismo na construção estão abaixo das médias históricas, revela a CNI. Não se fala em nada parecido com o que ocorreu nos Estados Unidos, mas, no Brasil, a exagerada valorização dos imóveis está dando lugar a níveis mais próximos da realidade. À BBC Brasil, afirmou Robert Shiller, da Universidade de Yale, não ter certeza de bolha ou crise, mas citou que, nas principais cidades brasileiras, os preços dobraram nos últimos cinco anos, o que merece atenção.

Fonte: Monitor Mercantil

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