quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

BRASIL ESTÁ ENTRE OS 4 PAÍSES QUE MAIS BUSCAM IMÓVEIS NOS EUA


Os brasileiros estão em quarto lugar no ranking dos estrangeiros que mais buscam imóveis para compra nos Estados Unidos, segundo dados de dezembro da National Association of Realtors, uma das maiores associações do mercado imobiliário norte-americano, que reúne mais de 1 milhão de associados.

Os brasileiros ficam atrás apenas do Canadá, Reino Unido e da Austrália, que aparecem em primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente.

O motivo para tamanho interesse é a insatisfação com a situação do país, de acordo com Daniel Rosenthal, idealizador e diretor do Investir USA Expo, um dos maiores eventos brasileiros voltados à compra de imóveis do mercado norte-americano.

"Antes as pessoas compravam imóveis lá fora para diversificar investimentos. Hoje, a maioria diz que o principal objetivo da compra é sair do Brasil", afirma Rosenthal, que realiza eventos sobre o mercado imobiliário dos Estados Unidos desde 2004.

De acordo com ele, em uma das últimas edições do Investir USA Expo, 95% dos 200 brasileiros que compraram imóveis nos Estados Unidos disseram que a principal motivação para a aquisição era sair do Brasil.

O interesse dos brasileiros por imóveis no país foi inclusive tema de reportagem do jornal norte-americano Wall Street Journal, que disse que a reeleição da presidente Dilma Rousseff está causando um verdadeiro êxodo dos brasileiros ricos para Miami, no estado da Flórida. 

A pesquisa da National Association of Realtors mostra que as cidades mais buscadas pelos brasileiros são: Miami e Orlando, ambas na Flórida, Nova York, no estado homônimo, e Los Angeles, no estado da Califórnia.

Dólar não atrapalha

Mesmo com a tendência de alta do dólar, o diretor da Investir USA Expo diz que o interesse dos compradores brasileiros permanece.

"Os preços no mercado imobiliário dos Estados Unidos continuam em alta, ao contrário do que vem acontecendo em algumas grandes cidades brasileiras. Por isso, mesmo que o dólar se valorize, a alta dos imóveis lá compensa a depreciação do real", diz Rosenthal.

Além disso, ele argumenta que o câmbio vinha sendo excessivamente controlado pelo governo brasileiro e a cotação atual do dólar, entre 2,70 reais e 2,80 reais, seria um patamar mais razoável para a moeda norte-americana.

"Talvez o câmbio real seja este que estamos vendo agora. Sorte de quem comprou antes, quando a moeda estava desvalorizada, mas agora o dólar volta ao seu patamar normal e quem ainda não comprou tem muita oportunidade, até pela questão da diversificação, de investir em uma das maiores economias do mundo", afirma Rosenthal.

Forte participação na Flórida

O brasileiro não está apenas entre os maiores buscadores de imóveis nos Estados Unidos, mas também entre os estrangeiros que mais compram unidades de fato.

Uma pesquisa da Miami Association of Realtors, que reúne mais 35 mil agentes imobiliários, mostra que o brasileiro já é o terceiro principal comprador estrangeiro de imóveis na Flórida, segundo dados de agosto de 2014 (versão mais recente da pesquisa).

De acordo com a entidade, que tem base em Miami, os imóveis comprados por brasileiros na Flórida têm valor médio de 409,6 mil dólares. 

Os tipos de unidades mais compradas são os apartamentos, que correspondem a 44% das aquisições. As casas térreas representam 31% das compras, os sobrados 13%, e os imóveis comerciais 8%.

Sobre as formas de pagamento, a associação revelou que 69% dos brasileiros pagam o imóvel à vista, 20% fazem financiamento nos EUA e 3% financiam no Brasil (8% disseram que não sabem responder).

Ainda que a maioria pague à vista, Daniel Rosenthal afirma que uma boa parcela dos compradores opta por realizar o financiamento com instituições financeiras norte-americanas porque as condições são mais vantajosas do que as de financimentos feitos no Brasil.

Segundo ele, nos financiamentos feitos nos Estados Unidos geralmente a entrada corresponde a 30% do valor do imóvel, o prazo máximo é de 30 anos e os juros variam entre 4 a 6% ao ano.

Apenas a título de comparação, as taxas cobradas pela Caixa Econômica Federalnas suas linhas de crédito imobiliárias mais baratas partem de 8% ao ano. O banco é reconhecido por praticar as menores taxas de juros nos financiamentos de imóveis realizados no Brasil. 

Feira traz ao Brasil oportunidades de compra de imóveis nos Estados Unidos

Entre os dias 17 e 18 de março, será realizada na cidade de São Paulo a 5ª edição da feira Investir Usa Expo.

O evento reúne incorporadoras, imobiliárias americanas, serviços jurídicos e investidores e é uma das maiores feiras voltadas à compra de imóveis nos Estados Unidos.

As outras edições, realizadas em 2014, aconteceram no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília e reuniram em média mil pessoas, entre investidores e corretores de imóveis.

Para participar do evento, basta fazer a inscrição no site da Investir USA Expo. A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas.

A feira pode ser interessante não só para observar os imóveis que estão à venda hoje nos Estados Unidos, mas também para obter informações sobre como acontece o processo de compra de imóveis no exterior e as possibilidades de retorno desse tipo de investimento.

A feira contará com cerca de 32 expositores. Dentre eles estão: a Lennar, construtora que reúne uma carteira de mais de 750.000 imóveis em 50 cidades dos EUA; a Florida Connection, imobiliária com foco em investidores internacionais; e a patrocinadora do evento Minto, construtora que opera nos Estados Unidos há quase 60 anos, responsável por 43 condomínios situados na Flórida.

Além das construtoras e imobiliárias, também participarão escritórios de advocacia, como o Colombo Hurd, dedicado a ajudar compradores e empresas nos processos de imigração e a Barbosa Legal, especializada em direito internacional.

As dúvidas sobre o processo de imigração também poderão ser solucionadas com os agentes da Invest América, centro regional especializado no programa EB-5, que auxilia investidores estrangeiros a obterem o green card (visto permanente concedido a imigrantes).

Fonte: Priscila Yazbek /  EXAME.com

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