segunda-feira, 8 de junho de 2015

MUDANÇAS EM FORMA DE FINANCIAMENTO TUMULTUAM CENÁRIO IMOBILIÁRIO


Com o objetivo de focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas, a Caixa Econômica Federal reduziu o limite de financiamento para imóveis usados este mês. Pelas novas regras, as chancelas com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) terão uma redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).

A mudança, que vale apenas para imóveis usados financiados com recursos da poupança, coloca de fora o crédito para a habitação popular, como o programa Minha Casa Minha Vida, e os financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Todavia, consumidores que decidirem comprar um imóvel usado pelo SFH terão que dar uma entrada de no mínimo 50% e financiar a outra metade. Antes da decisão, a entrada mínima era de 20%. No caso do SFI, o valor mínimo da entrada passará a ser de 60%, para o consumidor financiar os outros 40%.

O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi), Marco Pessoz, analisa que decisões do tipo sempre geram uma reação, no entanto nenhuma empresa irá se prejudicar com isso.

“Então, vindo da Caixa, ela sempre dá um baque no primeiro momento. Mas eu venho falando que hoje o grande volume de vendas é de imóveis novos. O mercado não foi atropelado em nenhum momento, e nós temos outros bancos. Não temos só a Caixa para resolver este tipo de problema”.

Para o presidente, mesmo que o banco detenha 70% de todos os financiamentos de imóveis no país, ele não é a única instituição no país que detém este tipo de oferta. Deste modo, interessados em adquirir qualquer tipo de imóvel, podem consultar o próprio banco ou pesquisar outras propostas.

“Não tem só a Caixa Econômica, existem outros bancos. E os outros bancos não mudaram as regras e continuam com a mesma porcentagem. Então, procure seu banco, pois a tendência deles é fidelizar o seu cliente e cada um busca oferecer o melhor para o seu cliente”.

Pessoz avalia que o ‘susto’ se deu pelo fato de a grande maioria dos consumidores optar pela Caixa, mesmo que tenham contas fixas em outros bancos. “Antes as pessoas tinham contas em bancos privados e iam fazer financiamento imobiliário na Caixa porque a Caixa era sinônimo de banco da aplicação. Os bancos tinham resistência a este produto. Hoje já não têm mais. Hoje as taxas são muito parecidas e o banco quer a fidelização do cliente, o que pode facilitar a negociação”.

2015: o ano do imóvel

Para os consumidores que aguardam “o melhor momento” para adquirir o imóvel, seja usado ou novo, especialistas alertam sobre a longa espera. Marco Pessoz analisa que o momento é 2015, devido ao acréscimo de juros que vão afetar o preço final do produto nos próximos anos: “Há um volume grande de ofertas este ano, então é possível oferecer descontos e promoções. E este momento, a gente entende, de acordo com os dados levantados no mercado, o ano da compra do imóvel novo é 2015, porque este panorama já não vai ocorrer nos próximos anos, vai cair bastante. A tendência é essa”.

Já para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cesário Siqueira, este momento já passou. No entanto, ele avalia que o ano ainda é favorável para quem quiser financiar a casa dos sonhos: “Talvez o melhor momento para se comprar um imóvel já tenha ficado para trás, devido às taxas menores, com as condições de pagamento mais elásticas, com a possibilidade de financiar até 100%. A ausência de recursos para financiamento está sendo sentida no imóvel novo. Então, para quem aguarda o melhor momento para adquirir o imóvel novo, digo que está cada vez mais difícil”.

Ele ainda ponderou que os clientes da Caixa vão ter que investir mais dinheiro, mas que este quadro, com sorte, pode mudar nos próximos anos: “Quem decidiu esperar para adquirir o imóvel usado, agora vai ter que desembolsar mais dinheiro. Então, cada um vai ter de fazer sua análise de fluxo de caixa para entender que o cenário pode mudar. A gente vê que a tendência de melhoria nas taxas será somente em 2017 ou 2018. Porque toda ação que se fizer na economia para melhorar a sensibilização da taxa de juros só vai ser sentida em longo prazo. No curto prazo, não vai ter redução de taxa. Então, quem tem um imóvel novo para comprar, o melhor momento é agora”.

Fonte: Excerto de texto de Simone Gomes/Circuito MatoGrosso

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