segunda-feira, 12 de setembro de 2016

BANCOS PRESSIONAM AS INCORPORADORAS A FINANCIAR IMÓVEIS NA PLANTA


Atualmente ao comprar um imóvel na planta o mais comum é que o comprador pague uma parte do imóvel à incorporadora durante a obra e contrate o financiamento com o banco quando receber as chaves. Mas com o aumento das desistências de compra de imóvel, as incorporadoras querem que os bancos antecipem o financiamento imobiliário para o momento da venda do imóvel na planta.

O problema é que durante a construção a situação financeira do cliente pode piorar e nesse caso o banco rejeitar a concessão do crédito imobiliário. Sem o financiamento, o comprador desiste da aquisição do imóvel, “mais conhecido como distrato no mercado imobiliário” – e a incorporadora precisa revendê-lo para pagar as dívidas contraídas ao realizar a obra.

Essa tem sido uma das principais razões para a crise no mercado imobiliário. pois sem credito para comprar a queda nas vendas é inevitável. Porem ao antecipar a concessão do financiamento para a compra do imóvel ainda na planta o risco de distrato praticamente desaparece pois o cliente já tem um contrato com o banco.

À medida que a obra vai avançando, o banco libera dinheiro para a construtora e cobra do cliente juros sobre esse repasse. O pagamento das parcelas do financiamento imobiliário começa após a entrega do imóvel.

Essa prática já acontece entre os bancos públicos, sobretudo em empreendimentos de habitação popular como o Minha Casa Minha Vida. Já os bancos privados resistem à proposta pois entendem que ela aumenta seus riscos.

Outra questão é o que acontece caso ocorram problemas durante a obra, como embargos da construção e atrasos na entrega. Ainda que os bancos afirmem contratar seguros e poder trocar a construtora, esse processo não é simples. Pois do ponto de vista dos bancos, um dos principais problemas é a dificuldade de prever a inflação entre a compra na planta e a entrega do imóvel e embuti-la no financiamento,

O que as incorporadoras querem é que mais bancos adotem a prática e financiem também imóveis mais caros na planta. Segundo Luiz Moura, diretor da Abrainc (entidade que reúne empresas do setor), o grupo negocia uma proposta com as instituições financeiras.

Perguntas e Respostas sobre financiamento imobiliário

1) Como é o financiamento convencional de um imóvel novo?

Ao comprar um imóvel na planta, o cliente paga entre 20% e 30% do valor para a construtora (entrada e parcelas) até a entrega das chaves. Neste momento, o valor do imóvel é corrigido pelo INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) e é descontado o valor pago para a construtora. Para pagar o restante, o comprador contrata um financiamento e dá o imóvel em garantia. Caso o crédito seja reprovado no banco ou desista de adquirir o imóvel, ele pode reaver parte do que foi pago.

2) O que muda quando o financiamento é na planta?

O cliente passa pela análise de crédito na hora da compra. Ao ter o crédito aprovado, o cliente passa a pagar juros sobre os recursos repassados pelo banco à construtora para fazer a obra até a entrega do imóvel. Se a instituição libera no primeiro mês 5% do valor do imóvel, o cliente pagará juros sobre esse montante. Quando a unidade é entregue, o comprador começa a pagar as parcelas do financiamento e os juros sobre o saldo devedor. Não há correção pelo INCC nesse caso.

3) O cliente pode desistir da compra do imóvel?

Como o imóvel já é propriedade do cliente, ainda que não esteja concluído, ele pode rescindir o contrato com a construtora, mas seguirá com a dívida de financiamento com o banco.

4) E se a construtora atrasar a entrega do imóvel?

Na Caixa, depois de seis meses de atraso, a cobrança de juros é suspensa.

5) Esse modelo sai mais caro para o consumidor?

Depende. Bancos e incorporadoras afirmam que os juros pagos durante a obra equivalem à correção do INCC feita no modelo convencional. O recomendado é o consumidor calcular os dois cenários antes de contratar a modalidade.
 
Fonte: Publicidade Imobiliária

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